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Medo, produção da informação e sociedade

01/01/2014 20:47

 

Por que ter medo?  Ter medo é normal do ser humano, é algo que levamos conosco. Ter medo de escuridão, dos sonhos, de uma enfermidade, do meio social que vive, do amanhã, de andar sozinho por aí, etc. Medo de uma nova doença que aparece de repente e cria pânico na sociedade. Uma doença contagiosa que se não tomar definitivamente total cuidado, você será contaminado.  A sociedade se assusta com determinado produto (droga) que vem sendo consumido em grande quantidade e que produz efeitos colaterais em seu habitat. Mas qual o nível do medo? Será um medo normal, mas o que é normal?

Como diz no livro Medo Líquido, “medo” é nome que damos a nossa incerteza: nossa ignorância da ameaça e do que deve ser feito – do que não pode – para fazê-la parar ou enfrentá-la, se cessá-la estiver além do nosso alcance.

O mundo líquido mostrado por Bauman é uma espécie de irrealidade dentro da qual estamos vivendo. Um mundo de ameaças que quase nunca se configuram como reais, mas que é mostrado o tempo inteiro, pela mídia. Um mundo onde tudo pode mudar rápido demais.

De acordo com Bauman, temos pavor do que pode aparecer de repente, medo de destruir nossos lares e de perder empregos, com esses assuntos: aumento na bolsa de valores, um furacão, uma nova doença e aumento do desemprego e assassinatos. Assim é anunciado pela imprensa, na maioria das vezes de forma sensacionalista.

 Um espetáculo sensacionalista é construído todos os dias pela mídia. Um fato simples é desdobrado de forma espetacular, de um modo que traz mais fobia ao telespectador, leitor e ouvinte. Dependendo da notícia e da forma que é levada ao ar,  o drama desenvolvido em torno do assunto deixa o receptor mais ativo e com um temor fora do normal. Essa realidade é vista todos os dias na imprensa. Isso tudo se resume em: audiência, lucro, bom retorno, afinal, a notícia é um comércio e para obter retorno, em alguns casos, o espetáculo é praticado.  

A sociedade aceita, ela obedece, consome tudo isso em grande escala, ela alimenta suas fobias, da ibope e favorece a imprensa trabalhar todos os dias assuntos do gênero e de forma sensacionalista. O próprio receptor favorece o espetáculo do temor no meio midiático.  

Enquanto o papel do jornalista é fiscalizar, muitos não utilizam dessa prática jornalística. Muitos estão interessados no retorno financeiro e topam tudo para obter esse lucro, e o que se vê são jornalistas em determinados meios de comunicação que dramatizam a informação ao transmiti-lá ao receptor.

Essa é uma realidade vista todos os dias dentro do jornalismo. Uma imprensa que manipula e deixa o receptor cada vez mais interessado na notícia sensacionalista, passada de forma exagerada e espetacular.

Veja bem, se normalmente determinados assuntos já traz certo pânico ao público, imagina ele de forma dramática, como é visto todos os dias, principalmente na TV.

Contudo, parece que a sociedade que alimenta essa mídia sensacionalista, gosta de sentir medo, gosta do pavor transmitido pelo meio midiático, pois esses mesmos meios de comunicação continuam com bons índices de audiência.

Assim fica evidente que o jornalista está interessado no comércio da informação, no vamos fazer de tudo para obtermos lucros, aliás, eles recebem esse comando do mercado midiático, que visa o retorno. Aí fica o profissional da imprensa encarregado do seu meio de comunicação, assim, o dito papel do jornalista não é praticado como devia ser.

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